Hoje vou me atrever a falar de Florença ou como dizem os italianos, Firenze!
Sabem que eu costumo “me enrolar” pra falar de cidades que são ícones em turismo, por vários motivos: porque tenho medo de não conseguir descrever, ou receio ser injusta e deixar algo importante de fora ou até porque a cidade tem tantas atrações que não sei nem por onde começar.
Com Florença acontece isso, mas mesmo assim vou me arriscar e falar do que amo na cidade, mesmo que não seja o mesmo que muitos turistas gostam, mas penso que ficar aqui enumerando as atrações de Florença, é meio que “chover no molhado”.

Assim é Florença, uma cidade dedicada a beleza e a arte. E por isso é tão difícil falar sobre ela.
Pense em uma cidade onde viveram Michelangelo, Leonardo da Vinci, Nicolau Maquiavel, Dante Alighieri, Galileu Galilei e Américo Vespúcio entre tantos outros, então, é fácil imaginar como a arte era e é importante na cidade, mas eu gostaria de falar de um nome que poucos falam quando pensam em Florença : Médici.

A família Médici, foi uma dinastia política italiana que governou e controlou Florença e toda a Toscana por mais de 200 anos. Eram banqueiros muito ricos e poderosos a tal ponto que originaram 4 papas. Os Médici sabiam como ninguém fazer política e mesmo não tendo origem nobre, conseguiram construir um ducado e posteriormente um Gran Ducado e através de alianças, influenciar toda a Europa.
Uma das coisas que mais me fascinam a respeito dos Médici, é como usaram o poder para financiar artistas, fomentar o humanismo e inspirar o nascimento da renascença italiana. Não tenho dúvida nenhuma que sem o poder dos Médici, Florença não seria o berço das artes e nem teria o enorme desenvolvimento que teve.
Claro que os Médici não eram santos, gostavam do poder e sabiam manipular e negociar pra chegar à ele, mas tinham uma visão de mundo moderna para a época, eram humanistas e financiavam tudo que tinha potencial talento. Isso me interessou muito, e mesmo que você não se sinta atraído pela história da cidade, é impossível, conhecê-la, sem ouvir falar dos Médici.
Existem muitos monumentos históricos deixados pela família, entre eles a Galeria Uffizi que hoje é um dos museus mais importantes do mundo e guarda a coleção de arte dos Médici.
O corredor Vasariano, um dos indicadores do prestígio da família Médici que construiu-o para ter sua própria maneira de chegar ao centro administrativo da cidade (Palávio Vecchio), deforma segura e sem escolta. O corredor Vasario, sai do Palácio Piti, passa por cima da ponte Vecchio, discretamente, passa pela Galeria Uffizi, a igreja Sta Felicità e chega ao Palácio Vecchio. Construído por Giorgio Vasari em 6 meses, em 1565 é uma monumento difícil de conhecer, porque requer agendar com muita antecedência, mas é o máximo!
O Palácio Piti, foi comprado e ampliado pela família, para servir de moradia dos Médici e é um dos palácios mais lindos que visitei na Europa. Abriga um acervo maravilhoso, tem uma arquitetura riquíssima e ainda costuma ter exposições temporárias muito interessantes.
Os jardins do palácio, chamados Jardins de Boboli, são uma atração à parte no Palácio Piti, inclusive vendem entrada separada, mas não deixe de conhecê-los. Os jardins são repletos de obras de arte e cultura italianas, tem vistas incríveis de Firenze, e terminam num belíssimo Belvedere!
Visitei o Mausoléu onde os Médici estão sepultados ( Capela dos Médici) que fica na no complexo da Basílica de San Lorenzo e me impressionou ( mais uma vez) a demonstração de poder em cada detalhe de mármore, e foi um prazer enorme poder apreciar duas das mais lindas obras de Michelangelo feita especialmente para a família : a Madona Médici e a Alegoria do Tempo.
Então, amigo leitor, você já pode entender porque pra mim, é impossível falar de Florença sem falar dos Médici. E até seria injusto.
Mas vamos continuar a falar de Florença em outro post, porque como eu disse antes, a cidade é assunto pra muitas visitas e muitos posts.
Bye!