Conheci um pedacinho da Bretanha em 2005, e ela está nos meus planos de “preciso voltar lá” a muito tempo. Na região no litoral da França, logo abaixo da Normandia, as lendas e histórias se misturam a tal ponto que não é mais possível separa-los e você logo se vê procurando locais descritos nos livros e filmes sem se importar com a verdade verdadeira!
Geograficamente, a Bretanha é um “estado” da França que já foi conhecido por Gália. Na verdade a Gália era uma região muito maior que chegava até a Bélgica, mas na real, a Bretanha como hoje a conhecemos, era uma pequena parte, que foi tomada por Julio Cesar em batalhas intermináveis. Lembra dos gauleses Astérix e Obélix? Então eles viviam na Gália tomada pelos romanos! Claro que nesse ponto, as lendas e a história começam a se misturar! Sem problemas.
Os habitantes da Gália eram chamados de celtas ou gauleses e note que existe uma diferença para os galeses, habitantes de Gales, na Gran Bretanha!
Com o tempo, Julio Cesar desistiu da Galia, porque dava muito trabalho para as legiões romanas lutarem constantemente com os celtas que a todo momento promoviam pequenas batalhas contra os legionários, ( tipo Astérix e Obélix), e retirou suas tropas da Gália.
Logo em seguida, Bretões do outro lado do Canal da Mancha ( hoje Gran Bretanha), atravessaram o canal e se estabeleceram na região, por isso hoje conhecida como Bretanha.
Nesse momento, as histórias e lendas da Gran Bretanha e da Bretanha se misturam de maneira encantadora, e começam a aparecer as lendas sobre Merlin, rei Arthur, fada Morgana e Viviane, druidas e muitas outras que tornam a Bretanha um mistério interessantíssimo.
A Bretanha foi uma região independente por muito tempo, tanto administrativamente como culturalmente, e até nos dias de hoje preserva seus lindos costumes com muita bravura. A região fala o bretão e o francês, e até as placas de rua costumam ter as duas línguas. O canto é inseparável da alma céltica, e o gwerz, um canto típico da região não deixa ninguém impassível.
A arquitetura da Bretanha é cheia de casinhas de pedra que formam aldeias de traço medieval, além de obviamente grandes cidades modernas e cativantes.
Nós estivemos somente na capital Rennes, e no seu entorno. Estávamos a caminho do Vale do Loire, e tivemos pouco tempo para dedicar a Bretanha, mas por isso mesmo já estamos programando uma volta à região. Até porque, a região tem muitas atrações, que me despertam interesse como por exemplo a cidade de Saint Malo.
Nessa viagem também fomos conhecer a atração turística mais visitada da França: monte Saint Michel, que vai ser assunto de um post e que todos dizem ficar na Bretanha mas que geograficamente, pertence a Normandia.
Então vamos começar nossa viagem pela Bretanha, falando de Rennes e entorno.
Rennes, a capital da Bretanha, é uma comuna francesa de tamanho razoável ( cerca de 200 mil hab), que se auto proclama “capital mundial da cultura na França” e infelizmente pouco conhecida do brasileiro. Aliás, a Bretanha não é um destino muito conhecido do brasileiro, o que é uma pena, porque ela é um encanto.
A cidade foi fundada pela tribo celta dos Redones, (de onde derivou o nome da cidade) no local de encontro dos rio Ile e Vilaine e durante o período de dominação romana, era alvo de muitos ataques das tribos germânicas, então, Roma construiu um sistema defensivo com fortalezas em pontos estratégicos da cidade que passou a ser conhecida como cidade vermelha, devido a coloração dos tijolos usados nelas.
Então já é possível deduzir que Rennes possui muitos monumentos históricos interessantes pra conhecer mas além disso, Rennes é uma cidade universitária, o que confere uma animação e um frescor permanentes que transformam a cidade histórica, em uma animada festa nas noites de quinta-feira.
Entra as atrações históricas, a Porta de Mordelaise, que era uma das entradas da cidade, construída sobre antigas muralhas romanas, impressiona por sua arquitetura medieval.
O edifício do Parlamento, por seu significado histórico que conferia independência à região, também é muito interessante. Além disso, conheça também a catedral, a ópera, e o centro administrativo,( todos lindos e interessantes) mas principalmente, reserve um tempo livre para caminhar pelas ruas históricas e aos sábados visitar a feira da cidade onde você compra as delícias da região e pode experimentar o galette, um tipo de crepe com recheio salgado (os bretões chamam de crepes, somente os de recheio doce), imperdível.
Então, depois de conhecer a capital da cultura francesa, você pode dar “asas à imaginação” e conhecer os arredores da cidade onde moravam as fadas, os druidas e Merlin!
Mas isso é assunto para o próximo post!
Bye!